O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que cumprirá sua ameaça de aplicar impostos de fronteira de 25% às importações do Canadá e do México a partir deste sábado (1º de fevereiro), informou a rede britânica de comunicação BBC.
Falando a repórteres no Salão Oval, Trump disse que a medida visava lidar com as grandes quantidades de migrantes sem documentos, além do fentanil (analgésico opioide sintético), que atravessam as fronteiras dos EUA, bem como os déficits comerciais com seus vizinhos.
No entanto, Trump acrescentou que ainda não foi tomada uma decisão sobre a questão do petróleo de ambos os países.
O Canadá e o México disseram que responderiam às tarifas dos EUA com medidas próprias, ao mesmo tempo em que buscavam assegurar a Washington que estavam tomando medidas para resolver as preocupações sobre suas fronteiras com os EUA, relatou a BBC.
Se as importações de petróleo do Canadá e do México pelos EUA forem afetadas por impostos, disse a rede britânica, há riscos de minar a promessa de Trump de reduzir o custo de vida em seu país.
Em teoria, esclarece a BBC, tributar itens que entram em um país significa que as pessoas têm menos probabilidade de comprá-los, pois eles se tornam mais caros.
Cerca de 40% do petróleo bruto que passa pelas refinarias de petróleo dos EUA é importado, e a grande maioria vem do Canadá, segundo a BBC.
O custo das tarifas sobre energia importada pode ser repassado para empresas e consumidores, o que pode aumentar os preços de tudo, desde gasolina até mantimentos, observou a rede.
Sobre a China
O presidente Trump também sugeriu que ainda estava planejando impor novas tarifas à China, mas não deu detalhes.
“Com a China, também estou pensando em algo, porque eles estão enviando fentanil para o nosso país e, por causa disso, estão nos causando centenas de milhares de mortes”, disse Trump, segundo a BBC.
Durante a campanha eleitoral, Trump ameaçou impor tarifas de até 60% sobre produtos fabricados na China, mas evitou qualquer ação imediata em seu primeiro dia de volta à Casa Branca, ordenando que seu governo estudasse a questão.
As importações de produtos dos EUA da China diminuíram desde 2018, uma estatística que os economistas atribuíram em parte a uma série de tarifas crescentes que Trump impôs durante seu primeiro mandato, recorda a BBC.
No início deste mês, uma alta autoridade chinesa alertou contra o protecionismo, já que o retorno de Trump à presidência renova a ameaça de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo – mas não mencionou os EUA pelo nome.
Discursando no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, Ding Xuexiang, vice-primeiro-ministro da China, disse que seu país estava buscando uma solução “ganha-ganha” para as tensões comerciais e queria expandir suas importações.
Fonte: BBC
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