Há quase dois anos sofrendo com sinusite crônica, Maisa Arce, 51 anos, convive quase diariamente com sangramentos intensos e pressões na região da face, enquanto aguarda uma consulta com um otoneurologista, em Campo Grande.
Há 10 meses a paciente procura o CEM (Centro Especializado Municipal), mas recebe a mesma resposta, que não há médicos especializados na área para atender os pacientes.
Desde 2023 a paciente lida com as dores e desconfortos das crises de sinusite. O problema foi intensificando ao longo dos meses a ponto de Maísa ter sangramentos diários, segundo ela.
Maísa parou de trabalhar por não suportar a dor, os sangramentos e as tonturas e pressão na cabeça. “Sinto uma pressão muito forte, o nariz começou a sangrar diariamente e passei a visitar com frequência a UPA Leblon até ser orientada a buscar atendimento na UBS”, conta.
Na Unidade Básica de Saúde, Maísa conseguiu em abril do ano passado um encaminhamento para o CEM para poder passar por um otoneurologista, especialista no caso dela.
“Desde que fiz o primeiro pedido de atendimento com o médico, recebo a mesma informação sempre, não tem médico especializado na área, vão entrar em contato, mas já se passaram 10 meses”, diz.
Maisa tem esperança de conseguir uma cirurgia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para se livrar da sinusite e voltar a trabalhar.
“Eu tenho esquizofrenia, fico nervosa, agitada, tomo medicação controlada e entro em desespero sempre que vejo sangue. Só quem passa por esse problema sabe o quanto isso afeta a vida. Não sei onde recorrer mais”, desabafa.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) sobre a demora no agendamento das consultas e aguarda retorno sobre o caso.