Revista MS

Sinal de “+” entra na rotina diária das consultorias que apuram os preços do boi gordo

Denis Cardoso

Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, os animais terminados subiram novamente no Estado de São Paulo nesta quarta-feira (30/10). Hoje, a Agrifatto, outra consultoria que monitora diariamente os negócios nas regiões pecuárias brasileiras, não detectou alta no preço do boi gordo paulista – o aumento foi verificado pela empresa ontem (terça-feira).

Apesar das divergências em relação as apurações diárias, o fato é que, nos últimos tempos, as planilhas de preços das consultorias que acompanham os negócios no mercado físico do boi gordo vêm passando por fortes revisões – sempre apertando o sinal de “+”–, quase que diariamente.

“Com a oferta restrita de bovinos e a demanda externa aquecida, o mercado abriu o dia (hoje, 30/10) ofertando mais R$ 5/@ para o “boi-China” (agora em R$ 320/@, no prazo) e  também R$ 5/@ para a vaca gorda (vale neste momento R$ 295/@, prazo)”, relata a Scot, referindo-se ao mercado de São Paulo.

Para o “boi-comum”, continua a Scot, o aumento diário desta quarta-feira foi de R$ 3/@, que chegou em R$ 315/@, prazo. A novilha não sofreu alteração diária, e segue em R$ 305/@.

Nesta quarta-feira (30/10), diz a Agrifatto, o preço médio da arroba em São Paulo permaneceu estável, em R$ 320 (cotações iguais para o “boi-China” e o boi “comum”, ou seja, sem premiação para o bovino-exportação).

Nas demais 16 regiões cobertas pela a Agrifatto, a média do boi gordo aumentou para R$ 299,50/@.

“Quatro das 17 praças passaram por valorização da arroba (AC, AL, BA e ES); as outras 13 regiões mantiveram suas cotações laterais”, relata a Agrifatto.

“Apesar da cautela nas negociações, o volume comercializado pelas indústrias brasileiras não foi suficiente para alongar as escalas de abate”, afirma a Agrifatto, acrescentando que, atualmente, a média nacional das programações dos frigoríficos é a mais baixa deste ano – em torno de 5 dias.

Em São Paulo, informa a Agrifatto, vários frigoríficos operam com abates intercalados, enquanto em outros Estados as indústrias concedem férias coletivas temporárias pela dificuldade na obtenção da matéria-prima (boiadas gordas).

Embarques a mil por hora

No entanto, as exportações brasileiras de carne bovina in natura seguem extremamente aquecidas, com outubro já registrando 236,2 mil toneladas antes mesmo do fim do mês (acumulado de 21 dias úteis, quatro semanas).

A Agrifatto prevê um embarque total em torno de 275 mil toneladas, o que seria um novo recorde histórico mensal, superando a marca histórica obtida em setembro/24, e um crescimento de 47,84% sobre as 186,155 mil toneladas de outubro/23.

O preço médio parcial por tonelada (da carne bovina brasileira embarcada) subiu para US$ 4,638 mil (média desta parcial de outubro/24), o maior nível desde julho/23, destaca a Agrifatto, citando dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Até agora, as receitas das exportações de carne bovina in natura em outubro/24 somaram US$ 1,095,503 bilhão, um avanço de 28,02% quando comparado aos US$855,666 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior.

A média diária de faturamento nas quatro semanas de outubro/24, relata a Agrifatto, foi de US$ 57,658 milhões, um aumento de 41,50% em relação à média diária de US$40,746 milhões em 2023.

Mercado futuro

Na terça-feira (29/10), na B3, predominou uma tendência de alta nos contratos futuros do boi gordo, relata a Agrifatto. Como resultado, o contrato com vencimento em novembro/24 encerrou o dia cotado a R$ 326,25/@.

Varejo/atacado

Nos primeiros dias desta semana, as vendas de carne bovina no varejo e a distribuição de cortes com ossos no atacado foram consideradas fracas, com pedidos de reposição de estoques no varejo abaixo do esperado, relata a Agrifatto.

Essa demanda moderada do varejo doméstico resultou em novos aumentos nos preços da carne nesta semana, o que estimula a busca dos consumidores brasileiros pelas proteínas alternativas, como aves, suínos e ovos, que são mais baratas.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta quarta-feira (30/10):

São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abates de sete dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de cinco dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de cinco dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de quatro dias;

Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de cinco dias;

Rondônia — O boi vale R$290,00 a arroba. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias;

Maranhão — O boi vale R$290,00 por arroba. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de seis dias;

Paraná — O boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de cinco dias.

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