Comemorando o 7º Dia das Mães, a advogada Adriana Lopes Moreira da Silva, 50 anos, lembra como se fosse ontem do primeiro encontro com o filho na maternidade, em Campo Grande. Mãe do coração, ela lembra que o encontro de almas aconteceu quando ela se apaixonou pelos olhos de jabuticaba de Augusto, ainda com dois dias de nascido.
Casada desde 2005 com Nilton César Moreira da Silva, o casal tinha o sonho de aumentar a família. Mesmo sem conseguir engravidar, a vontade de construir uma família, oferecer colo, cuidar, amar, fez o casal buscar até o método de fertilização em 2013. Em 2015, Adriana engravidou de gêmeos, mas a gestação não evoluiu. “Foi um processo doloroso, cansativo”, ela relembra.
Apesar da tristeza, uma certeza crescia, o desejo de ser mãe não precisava vir da barriga e poderia vir do coração em forma de adoção.
Foi em 2016, depois da última tentativa de fertilização, que ela e o marido decidiram seguir por um novo caminho e buscar a adoção. “Sempre vi a adoção como uma forma bonita e legítima de formar família. Já tinha casos próximos na família que deram muito certo”, conta Adriana.
O casal se inscreveu, fez o curso obrigatório e habilitou-se para adotar uma criança de até cinco anos. Em um dia comum de trabalho, o telefone tocou e o casal foi chamado para conhecer detalhes do bebê. “Brinquei que era como se a bolsa tivesse estourado, foi muito choro, muito abraço, estávamos ansiosos”, ri.
Na maternidade, viram pela primeira vez o menino que mudaria tudo. Um bebê entregue de forma espontânea, saudável, com dois dias de vida. “Olhei para ele e vi olhos de jabuticaba, grandes e brilhantes. Naquele instante, meu coração soube, era meu filho”, detalha.
Com o coração acelerado, o casal correu para montar o enxoval. Pediu ajuda à cunhada, comprou tudo o que precisava e, no fim da noite, Adriana já estava no instinto materno.
“Não consegui dormir direito pensando nele sozinho no hospital”, lembra. No dia seguinte, com o termo de guarda assinado, foi buscá-lo. “Sair da maternidade com ele nos braços foi o momento mais marcante da minha vida. O amor já estava ali”, comenta emocionada.
Hoje, sete anos depois, Augusto César sabe cada detalhe sobre sua chegada e o quanto a mãe o amou desde a primeira troca de olhares na maternidade. “Augusto é afetuoso, brincalhão, curioso. Sabe que teve uma mãe da barriga, e que ela fez uma escolha de muito amor. Eu agradeço por ela todos os dias, transformou nossa vida por completo”, agradece.
Para Adriana, a maternidade transformou seu ser. “Sou uma mulher mais paciente, mais humana. A maternidade ensina sobre respeito, entrega e amor incondicional. Pedi ao papai do céu um bebezinho. Ele me deu o Augusto, com aqueles olhos de jabuticaba. Aquele olhar me fez mãe”.