Um mês após perder o filho por negligência no atendimento da Maternidade Cândido Mariano, Emanuel Cordeiro, 29 anos e a esposa tiveram que retomar suas vidas sem uma resposta para a morte do filho aos 9 meses dentro da barriga da mãe, em Campo Grande.
Sem retorno da maternidade e sem o laudo da causa da morte fornecido pelo IMOL (Instituto Médico Odontológico Legal), os pais tentam levar os dias sem que a dor consuma diariamente.
Com pouca condição financeira, Emanuel não conseguiu contratar um advogado para cuidar do caso do casal, mas espera o laudo que deveria ter sido liberado em 15 dias com a causa da morte para novamente contestar a maternidade sobre a negligência durante atendimento da esposa.
“Tivemos que retomar nossas vidas, voltamos a nossa rotina, mas sem nosso filho”, diz o pai. Segundo o rapaz, a esposa ainda chora e é consolada por ele para seguir forte e não desistir.
“Se eu tivesse condições, tinha contratado advogado no caso. Nos disseram que o laudo saia em 15 dias, mas não aconteceu. Espero que não fique por isso mesmo, pois eles sequer fizeram contato”, informa Emanuel.
Apesar de toda dor passada desde setembro e em outubro com a morte do bebê ainda na barriga, ele entrega nas mãos de Deus o caso da família.
“Deus é maior que tudo, ele é perfeito. Espero muito que a justiça seja feita”, pede.
O pai procurou recentemente a delegacia onde registrou o caso, mas foi informado que o exame do IMOL demora a sair, mas sem dar uma data definida. O pai espera o laudo para contestar o atendimento da maternidade.
Idas e vindas até a morte do bebê
Emanuel acompanhou a esposa todas às vezes que ela se sentiu mal e viu a mulher tomar dipirona e ser enviada para casa de volta todas às vezes sem ser internada.
“Foram 4 visitas à maternidade, começando no dia 24 de setembro”, lembra o pai.
Depois do dia 24 de setembro, o casal voltou à maternidade nos dias 9, 12 e 13 de outubro.
Todas às vezes que procuraram ajuda médica, o casal ouvia de médicos diferentes que as dores eram normais, e sempre davam alta.
Na penúltima visita, a mãe chegou na maternidade com sangramento e mesmo assim foi liberada, no dia seguinte, 13 de outubro, quando retornou com muitas dores, descobriu que o filho estava morto na barriga.
“Fizemos um boletim de ocorrência contra a maternidade, queremos justiça. Só Deus para nos consolar agora”, diz o pai.
Após passar pela perda do filho, dores por dias seguidos, a mãe ainda precisou aguardar 24h para cirurgia de retirada do bebê.
“Ela operou no dia 14. Tudo o que aconteceu foi negligência, não tem outra explicação, nada vai trazer nosso filho de volta, mas queremos justiça”, reforça o pai.
A reportagem entrou em contato com a Maternidade Cândido Mariano e aguarda retorno sobre o caso.