Revista MS

Projeto une dança e antropologia para refletir sobre gênero e memória em Campo Grande

Unindo pesquisa acadêmica, arte e preservação da memória, o projeto “Os Afetos dos Silêncios” propõe um diálogo sensível entre a dança contemporânea e questões urgentes como a violência de gênero. Idealizada por Ana Carolina Brindarolli e Maria Fernanda Figueiró, a iniciativa marca os 39 anos da Ginga Cia. de Dança, e é realizada com apoio do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Executiva de Cultura (Secult).

A proposta articula diferentes frentes: circulação de espetáculos, digitalização do acervo da companhia, produção de artigo acadêmico e uma mesa redonda com pesquisadoras e profissionais da área de políticas públicas para mulheres. “A pesquisa é etnográfica e acompanha de perto os processos de criação e bastidores do espetáculo. Nosso diálogo com a temática de gênero se intensificou com a montagem de ‘Silêncio Branco’, que fala sobre o feminicídio”, explica Maria Fernanda.

O projeto contempla apresentações gratuitas dos espetáculos Silêncio Branco, com direção de Chico Neller, e Rompendo o Silêncio, dirigido por Vanessa Macedo. As sessões ocorrem nos dias 5 e 12 de agosto, no Sesc Teatro Prosa, com início às 19h. O público é convidado a doar alimentos não perecíveis, que serão destinados à iniciativa Mães da Favela, da CUFA (Central Única das Favelas) de Campo Grande.

Além da circulação, uma das ações centrais é a digitalização e disponibilização pública do acervo histórico da companhia. Um site exclusivo reunirá 39 anos de registros da Ginga, sob curadoria da própria equipe e do diretor Chico Neller. “É uma forma de garantir a continuidade da nossa memória e celebrar a resistência de uma companhia de dança contemporânea no Mato Grosso do Sul”, destaca Ana Carolina.

A programação inclui ainda uma mesa redonda com foco nas políticas públicas para mulheres, marcada para o dia 15 de agosto, e a produção de um artigo que refletirá, a partir dos espetáculos, sobre a relação entre arte e teoria. “Queremos criar pontes entre universidade e território. Acreditamos que a dança é uma linguagem potente de transformação social”, reforça Maria Fernanda.

Serviço:

Os espetáculos Silêncio Branco e Rompendo o Silêncio serão apresentados nos dias 5 e 12 de agosto, respectivamente, às 19h, no Sesc Teatro Prosa, que fica na Rua Anhanduí, 200, Centro, com entrada gratuita e classificação de 14 anos. 

O público é convidado a contribuir com a doação de alimentos não perecíveis, que serão repassados à CUFA.

A mesa redonda será realizada no dia 15 de agosto, no Ginga Espaço de Dança, que fica na Rua Brigadeiro Tobias, 956, Bairro Taquarussu, aberta ao público interessado.