Revista MS

Portela reclamou de 'apanhar' de Tereza Cristina e do PL de MS a Bolsonaro

Conversas interceptadas pela Polícia Federal revelaram diálogo entre o tenente Aparecido Portela (PL), o Tenente Portela, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido. Em um dos trechos, o dirigente político reclama que estaria sendo perseguido por Tereza Cristina (Progressistas) e membros do partido em MS.

O militar, que serviu com Bolsonaro em Nioaque, enviou mensagem ao ''chefe'' dizendo que queria renunciar à suplência do Senado – cuja titular é Tereza – por pressões vindas de Marcos Pollon, Rodolfo Nogueira e Coronel David, segundo o Metrópoles apurou.

''Se vocês acharem por bem, podem me expulsar do PL. Ou se achar que é conveniente, eu vou lá e [me] desfilio. Não tem problema. E se tiver que renunciar, também, ao cargo de suplente, não tem problema, porque o cargo é do senhor'', desabafou Tenente Portela.

Ainda conforme revelado pelo site do DF, Bolsonaro respondeu: ''Nunca fale em renunciar ao cargo de suplente. Deixe um pouco a política de lado. Vá pescar''.

O TopMídiaNews fez contato em outras ocasiões com o Tenente Portela, mas sem resposta. O espaço está aberto a todos os citados. 

Contexto

No entanto, Portela deu a volta por cima em julho de 2024 e ''tomou'' a presidência Municipal do PL de Pollon. Foi ele um dos responsáveis em MS pela articulação com o PSDB, sobretudo no apoio ao então candidato a prefeito Beto Pereira, em Campo Grande.

Portela segue no comando da sigla na Capital Morena, mas agora está exposto por ser considerado um dos interlocutores de um golpe de estado, ainda em 2022. Em uma das mensagens interceptadas pela PF, Portela – amigo pessoal de Jair Bolsonaro – conversa com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente.

A interpretação da investigação é que o tenente cobrou de Cid quando seria iniciado o levante antidemocrático. ''O pessoal que colaborou com a carne está me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco. Pois estão colocando em dúvida a minha solicitação'', escreveu Andrade. Segundo o Metrópoles, Mauro respondeu: ''vai sim. Ponto de honra. Nada está acabado ainda da nossa parte''.