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Pode comer? “Salgadinhos” das embalagens não são de isopor

Se você faz frequentemente compras pela internet provavelmente já se deparou com um pacote que veio rechecado de isopor para proteger o produto. Esse material nas embalagens, que se parece muito com “salgadinhos”, na verdade, não é isopor.

O material que você encontrou, felizmente, é biodegradável e feito de milho. Chamado de extrusado de milho, ele é uma mistura de grão de milho, água e corante de grau alimentício. A extrusão é um processo térmico e mecânico realizado por equipamentos chamados extrusoras. A matéria-prima é introduzida na maquina, onde é submetida a altas temperaturas e pressão.

Dentro do equipamento, um parafuso transportador empurra a mistura por um cilindro aquecido, enquanto a pressão e o calor provocam mudanças químicas e físicas nos ingredientes. Ao sair por um molde na extremidade da extrusora, o material sofre uma rápida redução de pressão, o que causa sua expansão.

Veja um vídeo do processo

Assim, esse processo permite modificar a estrutura do amido presente no milho, resultando em produtos com características específicas. Ele também inativa microrganismos e enzimas, prolongando a vida útil.

Mas dá pra comer?

Apesar de ser feito de milho, é importante lembrar que não se deve comer os “salgadinhos” das embalagens. Por não passar por uma fiscalização rigorosa, ele não é considerado apto para consumo.

O material passa pelas mãos de diversas pessoas até chegar a você. É muito possível que ele esteja contaminado com micro-organismos que podem causar uma intoxicação alimentar. Sendo assim, você não deve consumir o material.

Alternativa mais sustentável para embalagens

A principal vantagem do extrusado de milho é ser uma alternativa mais sustentável ao isopor comum para embalagens. Um dos principais problemas ambientais associados ao isopor é sua dificuldade de degradação.

Além disso, por ser derivado do petróleo e composto majoritariamente por polímeros sintéticos, ele leva centenas de anos para se decompor na natureza. Quando descartado de forma inadequada, o isopor pode se acumular em aterros sanitários, rios e oceanos, contribuindo para a poluição ambiental e ameaçando a vida animal, principalmente a marinha.

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Isopor é prejudicial ao meio ambiente. Imagem: Freepik/Reprodução

No ambiente aquático, animais, como peixes e aves, podem ingerir fragmentos do isopor, causando obstruções no sistema digestivo e, muitas vezes, levando à morte.

Além disso, o isopor tende a se quebrar em partículas menores, chamadas microplásticos, que são ainda mais difíceis de coletar e remover do meio ambiente. Esses microplásticos podem entrar na cadeia alimentar e atingir os seres humanos.

O processo de fabricação do isopor também tem impactos negativos, já que envolve o uso de hidrocarbonetos e compostos químicos que podem liberar gases de efeito estufa.

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