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Pesquisadores debatem formas de combate ao desmatamento em campos nativos gaúchos

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O Universo Pecuária recebeu nesta quarta-feira, 30, o seminário “O Pampa e o Gado – Desafios e Oportunidades”. Os temas debatidos na Arena do Conhecimento foram “Redução dos Campos Nativos no Bioma Pampa nas últimas Quatro Décadas”, palestra conduzida por Eduardo Vélez, da Equipe MapBiomas; “É Possível Recuperar os Campos Nativos Com Suas Próprias Sementes?” com o professor aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Nabinger; “Ferramentas para o Manejo de Campo Nativo”, com o pesquisador do Instituto Nacional de Investigación Agropecuária do Uruguai (INIA), Martin Juarena; e “Sistemas Integrados: Uma Solução Continuadora para o Avanço da Agricultura nos Campos do Bioma Pampa?” com o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Paulo César de Faccio Carvalho.

Foto: Genaro Guerra / Divulgação

Vélez destacou que a degradação do Bioma Pampa no Rio Grande do Sul tem sido significativa desde 2015, mostrando preocupação por não ter havido uma estabilização. “Não sabemos se não estamos matando a nossa galinha dos ovos de ouro, que é a possibilidade de fazer uma pecuária de corte em campo nativo com escala competitiva. Para fazer isso, tem que ter área. Não dá para fazer uns retalhinhos de campo”, enfatizou. “Essa é uma discussão que o Rio Grande do Sul tem que fazer, o Pampa tem que fazer imediatamente”, completou.

Para Paulo César de Faccio Carvalho, o pastejo é fundamental para aumentar a fertilidade do solo. Ele mostrou pesquisas em que o sistema integrado, com rotação de ovinos ou bovinos e a lavoura de soja, foi possível aumentar a produtividade de grãos. Os estudos também projetaram a influência climática nas próximas décadas. E, segundo ele, “a pecuária vai salvar a lavoura”.

Sobre recuperação de campos nativos, Carlos Nabinger começou questionando como fazer isto. O professor argumentou que existe a possibilidade de recuperar essa vegetação que foi degradada por mau uso, e que já há uma demanda neste sentido, tanto de produtores como de pesquisadores. “Porém, o primeiro grande problema é a ausência de sementes no mercado. Se eu quiser recuperar um campo, onde estão as sementes das centenas de espécies?”. Elas existem? Claro que sim, nos campos bem conservados”, afirmou.

Nabinger falou sobre as colheitadeiras de sementes existentes no mercado construídas por meio de programas de incentivo. “Esses equipamentos atuam no campo bem conservado, com toda a sua diversidade de espécies. Estas máquinas colhem diretamente as sementes, o que possibilita recolher as mais maduras, ou seja, em um ponto adequado de maturação”, explica. Nabinger deu ainda detalhes sobre a diversidade das sementes e características e técnicas de semeadura.

O pesquisador uruguaio Martin Juarena falou sobre as ferramentas utilizadas para manejo e monitoramento sustentável do campo nativo. A primeira é um aplicativo que classifica o campo nativo. Outra ferramenta permite monitorar o campo nativo e outra maneja o capim caninha.

O pesquisador também detalhou sobre como diferenciar os tipos de campos nativos e falou sobre aplicação de melhoramentos para manejos em diferentes campos. O seminário foi concluído com perguntas da plateia aos pesquisadores e que foram mediadas pelo Coordenador de Campo da Alianza del Pastizal, William Madeira.

Fonte: Ascom Universo Pecuária

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