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OpenAI suspende acesso após artistas vazarem gerador de vídeos da empresa

Frame de vídeo criado pela Sora com mulher caminhando pelas ruas de Tóquio
Anunciada em fevereiro de 2024, Sora ainda não foi lançada para o grande público (Imagem: Reprodução/OpenAI)

A OpenAI suspendeu o acesso ao modelo de inteligência artificial Sora, que gera vídeos a partir de pedidos em texto. A ferramenta ainda não foi lançada e estava disponível apenas para artistas convidados. Um grupo de cerca de 20 deles publicou uma forma de usar o modelo, em protesto contra o tratamento recebido da empresa.

A Sora ficou disponível por cerca de apenas três horas antes de a OpenAI encerrar a interface que dava acesso ao gerador. Ela estava disponível no Hugging Face, repositório público de modelos de inteligência artificial. Códigos e informações proprietárias da empresa não vazaram.

Em resposta ao jornal The Washington Post, o porta-voz Niko Felix, da OpenAI, afirmou que a empresa pausou temporariamente todos os acessos à Sora enquanto avalia a situação.

Artistas acusam OpenAI de “artwashing”

O grupo que publicou a interface para usar a Sora é composto de cerca de 20 artistas. Eles acusam a OpenAI trabalho não remunerado, disfarçado de acesso antecipado, e “artwashing”. Termos com “washing” no final denotam o uso de um discurso apenas como marketing; “artwashing”, então, seria dar um verniz de arte para a ferramenta de IA.

Os manifestantes consideram que estão sendo usados como “marionetes de relações públicas”, apesar de ter sido prometido que atuariam como “parceiros criativos”.

Ao Washington Post, a OpenAI destacou que a participação no programa de testes da Sora é voluntária e que os participantes não são obrigados a dar feedback ou a sequer usar a ferramenta. O jornal também falou com o músico André Allen Anjos, que usa o nome artístico de RAC. Ele afirma que a posição do grupo não reflete o que pensa a maioria dos participantes dos testes.

Sora já esteve envolvida em outras polêmicas

A Sora foi anunciada pela OpenAI em fevereiro de 2024, com a promessa de ser capaz de gerar vídeos de até 60 segundos de duração a partir de descrições em texto. Ela ainda não está disponível ao grande público, ao contrário do que aconteceu com o ChatGPT e o Dall-E.

Mesmo sem ser lançada, a ferramenta já foi pivô de polêmicas. Em uma entrevista concedida em março, a então CTO Mira Murati foi questionada se vídeos do YouTube tinham sido usados para treinar o modelo. Ela se recusou a dar detalhes. Semanas depois, Neal Mohan, CEO do YouTube, disse que a OpenAI não tinha autorização para isso.

Com informações: The Washington Post, The Verge, Engadget

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