Revista MS

Lula confirma e coloca petista Alexandre Padilha no Ministério da Saúde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu e já avisou a aliados que vai trocar Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde. A mudança acontece em meio à cobrança de partidos do Centrão e da base governista por uma reforma ministerial. O anúncio ainda não foi feito oficialmente, o que pode acontecer antes do Carnaval.  

Padilha atualmente comanda o Ministério das Relações Institucionais e também tem sido alvo de críticas por parte de deputados e senadores em decorrência da interlocução dele com os parlamentares. A princípio, Lula relutou para chamar Padilha de volta à Saúde – ele comandou a pasta no primeiro governo de Dilma Rousseff. Fontes palacianas confirmaram ao Metrópoles que o presidente não queria alguém que fosse obrigado a deixar o cargo em ano de eleição.

Padilha, que é deputado federal por São Paulo, pretende se candidatar novamente à Câmara. E, para isso, terá que se desincompatibilizar do cargo em abril de 2026, devido à legislação eleitoral. O ministro, que teve vários desentendimentos com o Congresso nas relações Institucionais, especialmente com o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), insistiu para assumir a Saúde e convenceu Lula.  

O presidente tinha outra carta na manga para substituir Nísia: Arthur Chioro, presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e que também foi chefe da pasta na gestão de Dilma. Ele estava pronto para aceitar o convite. Procurado pelo Metrópoles, Chioro avisou, por meio da assessoria, que não iria se manifestar. 

Em novembro de 2024, o Metrópoles, na coluna do Tácio Lorran, revelou que o ministério incinerou 10,9 milhões de vacinas com o prazo de validade expirado. A maior perda foi de imunizantes da Covid-19, mas também envolveu doses para febre amarela, tétano, gripe e outras doenças. 

Procurado à época, o Ministério da Saúde explicou que campanhas de desinformação impactaram a adesão da população aos imunizantes e assegurou que não há falta de vacinas no país.

Nessa quinta-feira (20/2), o Ministério da Saúde emitiu uma nota em que negou que Nísia Trindade teria comunicado a saída dela para os membros da Saúde, como chegou a ser noticiado por alguns veículos de imprensa. Ainda segundo o comunicado, Nísia “segue trabalhando normalmente” como ministra da Saúde.

Apesar da negativa, o Metrópoles apurou que realmente há a possibilidade de ela deixar o cargo e ser substituída por Alexandre Padilha, o que foi decidido por Lula nesta sexta.

Ministro do Mais Médicos

O ministro de Relações Institucionais ocupou o Ministério da Saúde durante o governo de Dilma Rousseff, onde comandou a criação do programa Mais Médicos, e também esteve à frente da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, durante o governo de Fernando Haddad.