Ao longo desta semana, as recentes valorizações na arroba do boi gordo geraram otimismo entre os recriadores e invernistas em relação ao cenário de curto prazo, informa a médica veterinária Mariana Guimarães, analista da Scot Consultoria. Dessa forma, diz ela, a expectativa da ponta vendedora da reposição para junho/25 permanece positiva, com projeções de alta nas cotações.
“A semana foi marcada por uma retomada, ainda que em ritmo moderado, nas negociações do mercado de animais jovens em São Paulo”, destaca Mariana.
Junho já começou com cotações mais altas para praticamente todas as categorias, acrescenta ela. “Os aumentos ainda são tímidos, mas sinalizam uma possível mudança de tendência, com maior interesse por parte dos recriadores e invernistas diante de expectativas mais positivas para o mercado do boi gordo no segundo semestre”, reforça a analista.
Na comparação semanal das praças paulistas, todas as categorias de machos anelorados registraram alta nas cotações, com exceção do boi magro, cujo preço permaneceu estável.
A cotação do garrote teve acréscimo semanal de 0,4%, seguido pelo bezerro de desmama, com alta de 0,3%, e pelo bezerro de ano, que subiu 0,2%.
Para as fêmeas aneloradas, considerando a mesma base de comparação, a cotação da vaca boiadeira, da novilha e a da bezerra de desmama apresentaram alta de 0,3%, 0,2% e 0,1%, respectivamente, informa Mariana. Em contrapartida, a cotação da bezerra de ano recuou 0,9%.
Nesta semana, relata a analista, a procura por boi magro cresceu no mercado paulista, em relação à semana anterior.
No entanto, afirma a analista, a resistência dos vendedores em reduzir os preços pedidos tem dificultado o fechamento dos negócios, gerando uma verdadeira “queda de braço” entre compradores e vendedores.
Além disso, continua Mariana, como os preços da reposição não recuaram na mesma intensidade que os do boi gordo nas últimas semanas, o custo de reposição continua elevado, o que limita a disposição de compra e contribui para a estabilidade na cotação do boi magro.
Por sua vez, o bezerro de desmama segue com preço firme. “As chuvas registradas em algumas regiões de São Paulo animaram os recriadores, que resultou em uma demanda aquecida (pelos lotes de bezerro) ao longo desta semana”, observa a analista.
Ela acrescenta que, com a oferta ajustada, decorrente dos intensificados abates de fêmeas nos últimos anos, a cotação do bezerro tem se mantido sustentada.
Segundo Mariana, tal cenário não se restringe ao Estado de São Paulo. Entre as 13 praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria, 10 apresentaram alta nos preços do bezerro de desmama, reforçando o viés de firmeza observado no mercado.
Além disso, o ágio do bezerro de desmama (diferença percentual entre o preço da arroba da desmama e a do boi gordo) está em torno de 29,7% em São Paulo, informa a analista.
Isso significa que a arroba do bezerro está sendo negociada a aproximadamente R$ 396,18, enquanto a do boi gordo está em R$ 305,50 descontado os impostos e a prazo, contabiliza Mariana.
“Esse patamar de ágio está mais elevado do que a média histórica, que gira em torno de 26%”, compara ela. Na avaliação de Mariana, a expectativa de valorização do boi gordo no segundo semestre de 2025 pode tornar o cenário favorável para a compra de bezerros, mesmo com o ágio atual.
“Portanto, embora o ágio esteja em alta, o cenário ainda pode ser positivo para a compra de bezerros, especialmente se houver uma estratégia bem definida e um planejamento financeiro adequado”, sugere a analista da Scot.
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