Em Palmas, Tocantins, uma história de traição acabou se transformando em conexão e amizade. Kamilla Rosa, de 22 anos, estava, oficialmente, namorando João* (nome fictício) quando, durante um evento, recebeu o celular dele desbloqueado para comprar uma cerveja. Ao acessar o WhatsApp do parceiro, ela viu sua conversa fixada no topo — e também a de uma mulher chamada Mariana. O que a jovem não contava, naquele momento, é que a descoberta acabaria em “vingança” e amizade — com a “outra”.
Kamilla contou a história em seu perfil no TikTok, o conteúdo possui mais de cinco milhões de visualizações. Assista ao vídeo.
O mesmo homem
Curiosa e desconfiada, a jovem decidiu investigar quem era Mariana. Abriu as mensagens, encontrou fotos e trocas de carinho e entendeu que não era a única na vida de João. “Na hora, não fiz nada. Decorei o nome, voltei para o lugar e entreguei o celular com calma”, conta Kamilla ao Metrópoles.
Já Mariana Loreto, advogada de 36 anos, vivia com João uma relação não oficial, mas cheia de idas e vindas, desde abril deste ano. “Ele ficava dias sem falar comigo, brigava por coisas pequenas e depois voltava como se nada tivesse acontecido. Hoje, eu sei que nesses períodos ele estava com outras”, relata a magistrada.
Kamilla decidiu procurar Mariana pelo Instagram. “Eu já imaginei o que era. Mandei mensagem na hora, porque não ia conseguir dormir de ansiedade”, relembra Mariana. As duas conversaram e decidiram armar uma “vingança” no dia seguinte.
Sem que João soubesse, Mariana foi até o local onde ele estava dormindo ao lado de Kamilla. As duas “trocaram de lugar”, e Mariana decidiu acordar o ex, chamando-o com carinho, como fazia antes.
De acordo com o relato das jovens, quando ele percebeu que não era Kamilla, seu corpo tremeu de susto. A cena terminou em silêncio. Ele apenas disse “não gostei disso”, arrumou suas coisas e saiu. A única preocupação foi cobrar o reembolso da pousada reservada para comemorar o aniversário de Kamilla, dias depois.
A amizade que floresceu depois da tempestade
Apesar do impacto da traição, a situação criou um laço inesperado entre as duas. “A conexão foi instantânea. Não teve climão, não teve briga, teve acolhimento”, diz Mariana. “A gente virou amiga real. Choramos, rimos, saímos juntas, fomos beber cerveja e ainda terminamos o dia no pagode”, acrescenta Kamilla.
Mariana detalha que se permitiu viver o luto naquele início de semana. “Chorei na segunda-feira e me dei um prazo: só até hoje. No dia seguinte, levantei e voltei a focar em mim.” Ela também conta que chegou a comprar um presente simbólico para João, inspirada em um sonho de infância dele. “Hoje, eu dei essa moto [o presente] para o meu sobrinho. Ele ficou radiante. É sobre ressignificar.”
Kamilla também escolheu seguir em frente sem rancor. “Eu não me arrependo de nada. A gente riu muito depois, e agora somos grandes amigas.”
A amizade permanece firme. Elas trocam mensagens todos os dias, saem juntas e se apoiam em um momento que poderia ter deixado marcas amargas. “A gente se encontrou no caos e escolheu rir disso tudo juntas”, resume Mariana.
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