Uma combinação incomum entre tradição pantaneira e inovação gastronômica resultou na criação da geleia de tereré, no distrito de Camisão, em Aquidauana (MS). A receita, que usa a infusão típica do Centro-Oeste como base, surgiu da rotina de uma chef de cozinha que buscava formas de ampliar a experiência sensorial dos visitantes da região.
A ideia partiu de Indiara Di Giorgio, que atuava como chef em uma vinícola local e procurava produtos para harmonização com vinhos e espumantes. A geleia foi desenvolvida inicialmente para acompanhar queijos e carnes, aproveitando as notas amargas e herbais do tereré como diferencial. O resultado chamou atenção por seu sabor inusitado e começou a ser comercializado de forma independente.
Com o tempo, o preparo da geleia passou a incorporar ingredientes de produtores locais, como abacaxi, jabuticaba e amora, todos provenientes de pequenos pomares e assentamentos da região. A produção ganhou destaque por aliar ingredientes típicos à valorização da agricultura familiar, e também por estimular debates sobre novas formas de uso para elementos da cultura regional.
O produto hoje integra um grupo de itens artesanais feitos em Camisão, em uma loja colaborativa da Genuíno 67, e tem sido usado como exemplo de criatividade no uso da identidade local em alimentos.
Em 2025, a geleia de tereré foi indicada a um concurso nacional promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que escolhe os melhores produtos do tipo feitos no país.