Revista MS

Familiares questionam 'ação bruta' da PM em confronto do Itamaracá: 'não tinha necessidade'

Familiares de Wemerson de Souza Santana, 34 anos, questionaram ação da Polícia Militar que terminou na morte do rapaz durante a noite de sábado (9) no Jardim Itamaracá, em Campo Grande. 

“Não tinha necessidade. Se tinha alguma coisa de errado podiam apenas entrar na casa dele, dar uma mata-leão e levar para o posto, para tomar um calmante. Não deveria terminar como terminou”, disseram os familiares ao TopMídiaNews na manhã de hoje (10).

Além disso, a reportagem apurou que Wemerson estava alterado por conta de uma briga, onde ele acabou agredindo uma mulher. Bastante revoltada com a ação da polícia, eles lembraram do choque a mãe do rapaz sofreu ao ver o filho morto dentro de casa.

Durante a incursão policial, para entrar no imóvel, os militares teriam arrombado o portão da residência, que ficou entreaberto após a cena do crime ser liberada para os familiares.

O que diz o boletim de ocorrência?

Consta no registro policial que as equipes foram acionadas pois havia um homem armado com um revólver cromado efetuando tiros na esquina da Rua Georgina Pereira Barbosa com a Rua Azis Nachif. Diante da gravidade, as guarnições se deslocaram juntas até o endereço.

Ao chegar, os policiais encontraram o suspeito na frente de uma residência, com a arma nas mãos. Ao receber voz de abordagem, ele desobedeceu, bateu o portão e correu para o interior do imóvel. Durante a varredura, os militares localizaram o homem escondido em um quarto nos fundos. Ele gritou que atiraria caso os policiais se aproximassem e, em seguida, efetuou dois disparos contra a equipe.

Dois policiais reagiram e balearam o suspeito, que foi desarmado e socorrido até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, onde recebeu atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na mesma noite.

Segundo a Polícia Militar, ele era suspeito de um roubo registrado no dia 8 de agosto, quando, junto de comparsas, utilizou balaclava para render um idoso, vizinho de sua casa. No local do confronto, foram apreendidos um revólver calibre .38 com numeração raspada, munições, uma balaclava preta e aproximadamente 7,3 quilos de maconha.

A cena foi periciada e acompanhada por delegados e oficiais da PM. As armas utilizadas pelos policiais foram recolhidas. Todo o material apreendido foi encaminhado para a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), enquanto o caso segue em investigação pela Polícia Civil.