Há mais de um ano e meio vivendo com uma rotina limitada, Sílvio Morais e Silva, de 77 anos, perdeu parcialmente a visão em decorrência de um erro médico durante uma cirurgia de catarata e agora espera um doador para transplante de córnea, em Campo Grande.
O idoso passou quase três anos aguardando na fila do SUS pela operação e em 2024 foi finalmente chamado para realizar o procedimento no Hospital São Julião.
A primeira cirurgia, no olho esquerdo, ocorreu sem intercorrências. Um mês depois, retornou ao hospital para a intervenção no olho direito. No entanto, logo após o procedimento, percebeu que a visão do lado operado permanecia embaçada, o que o levou a procurar avaliação médica.
Segundo o diagnóstico posterior, houve uma raspagem excessiva durante a cirurgia, atingindo a córnea do olho direito, o que comprometeu significativamente a visão.
“Foi um erro na hora da raspagem, passou do ponto e machucou a córnea”, explicou um dos médicos que acompanha o caso.
Desde então, Sílvio passou por um tratamento com colírios por três meses, mas sem sucesso na recuperação da visão. Em janeiro de 2025, veio a notícia de que seria necessário um transplante de córnea.
Hoje, Sílvio enxerga apenas vultos com o olho direito e por conta disso enfrente dificuldades para realizar tarefas simples do cotidiano, como ler e dirigir.
A situação o obrigou a se afastar do trabalho há um ano e seis meses. “A gente perde a autonomia, perde até a vontade de sair de casa”, desabafa.
Sem perspectiva de quando voltará a enxergar plenamente, Sílvio mantém a esperança de ser chamado em breve para o transplante.
“Espero ansioso por esse momento, espero que seja um córnea bem grossa”, brinca.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) sobre a fila de transplantes e aguarda retorno.
