Revista MS

Economia brasileira cresce 3,4% em 2024, melhor resultado em três anos, diz IBGE

A economia brasileira, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 3,4% em 2024, registrando o melhor desempenho dos últimos três anos. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), supera os 3% de 2023 e só fica atrás da alta de 4,8% registrada em 2021, quando o país se recuperava da contração de 3,3% provocada pela pandemia de Covid-19 em 2020.

Em valores finais, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país alcançou R$ 11,7 trilhões em 2024, acima dos R$ 10,9 trilhões do ano anterior. O desempenho positivo foi impulsionado pelos setores de Indústria e Serviços, que cresceram 3,3% e 3,7%, respectivamente. Por outro lado, a Agropecuária apresentou retração de 3,2% no ano passado.

Indústria e Serviços impulsionam crescimento

Na Indústria, o destaque foi a construção civil, que avançou 4,3% graças ao aumento da ocupação na atividade, maior produção de insumos e expansão do crédito. As indústrias de transformação cresceram 3,8%, impulsionadas pela alta na fabricação de produtos automotivos, equipamentos de transporte, máquinas elétricas, alimentos e móveis.

O setor de Serviços, que representa quase 70% da economia brasileira, registrou crescimento em todas as atividades. Os melhores desempenhos foram nas áreas de informação e comunicação (6,2%), outras atividades de serviços (5,3%), comércio (3,8%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,7%).

Consumo das famílias cresce 4,8%

Do lado da demanda, o consumo das famílias avançou 4,8% em 2024, refletindo a melhora do mercado de trabalho, o aumento do crédito e os programas governamentais de transferência de renda. Já a despesa do consumo do governo teve alta de 1,9%.

O PIB per capita – média da riqueza gerada por pessoa no país – alcançou R$ 55.247,45, representando uma elevação de 3% em termos reais em relação ao ano anterior.

Desaceleração no quarto trimestre

Apesar do bom desempenho no acumulado do ano, o ritmo da atividade econômica desacelerou no quarto trimestre. O PIB cresceu apenas 0,2% entre outubro e dezembro, com altas de 0,3% na Indústria e 0,1% nos Serviços, enquanto a Agropecuária recuou 2,3%.

Entre as atividades industriais, houve crescimento na construção (2,5%), nas indústrias de transformação (0,8%) e nas indústrias extrativas (0,7%). Já o segmento de eletricidade, gás, água e esgoto registrou queda de 1,2%.

No setor de Serviços, as maiores variações positivas vieram do transporte, armazenagem e correio (0,4%) e do comércio (0,3%). Por outro lado, as atividades financeiras e de comunicação tiveram retrações de 0,3% e 0,4%, respectivamente.

O resultado do último trimestre reflete uma desaceleração na economia, já apontada pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central, que registrou alta acumulada de 3,8% no ano passado, servindo como prévia do PIB.