Revista MS

Defensoria denuncia violação de direitos humanos de menores internados em Campo Grande

Defensoria Pública de MS denuncia violação de direitos humanos de adolescentes internados na Unei Dom Bosco, desde 2016, em Campo Grande. Houve pedido de providências urgentes para o Governo de MS. 

Conforme a divulgação, o órgão detectou que os reeducandos estão submetidos a péssimas condições e que seus direitos humanos têm sido violados com frequência. 

Ainda segundo a DPMS, em 9 de dezembro de 2024, a Superintendência de Assistência Socioeducativa pediu a interdição total e temporária da Dom Bosco. No entanto, a Defensoria é contra e avalia que os menores precisam ficar em Campo Grande.

Em caso de interdição, segue o texto, os internados teriam de ir para o interior do Estado. Foi dito que o convívio familiar é um dos pilares da socioeducação. Na visão da DP, é possível a interdição da Unei, desde que os internados permaneçam na capital. 

Pedidos

Em 19 de dezembro de 2024, a Defensoria enviou nota técnica à Secretaria de Segurança  e ao Tribunal de Justiça de MS para relatar que a Unei Dom Bosco passa por problemas gravíssimos: constante falta de de água e luz; refeições de má procedência, com mal cheiro e pedaços de pedras, alimentos crus e até baratas no veículo que transporta os alimentos. 

Os apontamentos, segue a denúncia, foram resultado de  inspeção realizada em novembro, por meio da 5ª Defensoria Pública da Infância e Adolescência e do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh).

Medidas

A Defensoria exibiu medidas urgentes e questiona o Estado sobre haver gerador de energia na Unei – caso não tenha, deve comprar sem licitação por ser emergência – e se o fornecimento de saneamento básico se dá por serviço continuado ou por poço. Também pede condenação do Estado por danos morais coletivos. Até o momento, não há decisão judicial a respeito de ambas as questões. 

Zoccal expõe que os direitos dos adolescentes da Unei Dom Bosco precisam ser protegidos por diversos aspectos. O primeiro: para as leis serem cumpridas. Em segundo lugar, para que estejam em um ambiente sustentado por pilares como família, educação e profissionalização. 

''Muitos têm histórico de abandono e de viver em ambiente de extrema violência e drogadição. Por isso, é importante trabalhar com eles questões emocionais e vínculos afetivos. Diferentemente do adulto, o ser humano quando está na adolescência tem a capacidade muito maior de transformação'', declara o defensor público. Por fim, o membro da Defensoria diz que a internação socioeducativa feita com condições dignas visa garantir à sociedade a quebra do ciclo vicioso da marginalização e a redução dos índices de criminalidade.

Resultados

Melhorias com ações civis públicas de anos anteriores, a Defensoria Pública de MS já conquistou melhorias para a Dom Bosco e outras Uneis, como interrupção de revistas vexatórias e adequações das unidades às legislações contra incêndios e de regras sanitárias e de segurança.