Há 11 meses a manicure Raisa da Silva Barros, 26 anos, vê o filho Emanuel José da Silva Oliveira, 4 anos, sofrer com crises de dores intensas por conta de uma hérnia no testículo. Esperando há quase um ano por consulta e cirurgia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) a mãe chegou a procurar a defensoria pública, mas ainda não teve respostas, em Campo Grande.
Com suspeita de que o filho possa ser autista, Raisa precisa lidar diariamente com o temperamento da criança enquanto espera desde 2022 uma consulta com um neuropediatra.
Em janeiro deste ano, durante uma das crises de choro do filho, Emanuel reclamava de dor até que Raisa examinando o corpo do filho notou um testículo maior que o outro. “Levei ele no posto perto de casa e a médica informou que era uma hérnia e que meu filho precisava operar”, lembra.
Desde então, a mãe entrou em uma fila de espera pelo SUS para fazer acompanhamento do caso e agendar cirurgia, mas nenhuma resposta foi dada nesses 11 meses.
“Eu já preciso lidar com o autismo dele que ainda precisa ser comprovado, as crises por conta do temperamento e ainda as crises de dores que ele sente. Está complicado, procurei a defensoria, mas ainda não foi solucionado, não sei mais a quem recorrer”, desabafa.
A mãe não quer outro tipo de ajuda que não seja da própria saúde pública a respeito da consulta com a neuropediatra para confirmar o autismo e o andamento da consulta para agendar cirurgia da hérnia.
“A médica que informou sobre a hérnia falou que isso pode evoluir e gerar um problema ainda mais grave, quanto tempo mais vou precisar esperar?”, questiona.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) a respeito das duas consultas solicitadas pela mãe e aguarda retorno sobre o caso.