Isadora Tybusch de Oliveira, de 9 anos, enfrenta uma batalha contra a dermatite atópica grave desde 2022. A menina, que mora em Sidrolândia com os pais e dois irmãos, precisa tomar a vacina Dupixent duas vezes por mês para melhorar sua qualidade de vida, mas enfrenta barreiras na rede de saúde.
A dermatite atópica grave é uma condição rara que afeta a pele e, se não tratada adequadamente, pode levar a complicações sérias. Segundo o pai de Isadora, Pedro Júnior do Nascimento de Oliveira, a filha já nasceu com a doença, mas em 2020, aos 7 anos, começou a apresentar sintomas como uma pequena lesão no abdômen, que rapidamente se espalhou pelo corpo, causando feridas extensas.
Inicialmente, o tratamento foi feito pela rede pública de saúde com pomadas e medicamentos, mas o quadro da menina piorou consideravelmente e a dermatite tomou proporções alarmantes, afetando mais de 70% de sua pele em 2022.
Após anos de consultas médicas e diagnósticos equivocados, Isadora foi encaminhada a um alergista e a um dermatologista em Campo Grande – profissionais que a atendem semanalmente – onde, finalmente, foi identificada sua condição real: dermatite atópica grave, bronquite asmática e rinite alérgica.
O tratamento exige cuidados rigorosos, como uso diário de medicamentos e cremes especiais, alimentação controlada, roupas adequadas e ambientes refrigerados para evitar o agravamento da doença.
“Ela não pode suar, não pode tomar sol e, com isso, fica quase sempre trancada no quarto, com ar-condicionado, para não piorar. O que mais queremos é que ela tenha uma vida normal, mas ela está sofrendo muito. A cada dia, ela se queixa mais”, disse o pai de Isadora.
Atualmente, o tratamento de Isadora inclui uma vacina de anticorpos monoclonais (mAbs), chamada Dupixent, aprovada pela Anvisa e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), mas com acesso restrito.
A vacina custa cerca de R$ 10 mil a R$ 13 mil por dose, e precisa ser administrada duas vezes ao mês. Contudo, a família enfrenta resistência tanto da Unimed quanto da rede pública para obter o tratamento.
Em busca da vacina
Pedro, que é o único responsável pelo sustento da família, trabalha como operador em uma usina de etanol em Sidrolândia e conta que, apesar das dificuldades financeiras, não mede esforços para garantir que sua filha tenha o que precisa.
No entanto, o custo elevado da vacina, somado ao processo burocrático para obter a medicação, tem tornado a situação ainda mais desesperadora. “Fui à Defensoria Pública, depois à Promotoria, e abri processos para tentar garantir o direito da Isadora à vacina. Eu me pergunto: será que eles estão esperando algo pior? Será que vão esperar que minha filha morra para tomar uma atitude?”, questiona Pedro.
A família já tentou conseguir a vacina pelo SUS e pela Unimed, mas ambos os caminhos foram negados até agora. De acordo com o pai, a justificativa para a recusa é o alto custo da medicação, e os médicos indicam tratamentos mais baratos, embora Isadora já tenha tentado diversos remédios.
Em resposta, a Unimed de Campo Grande informou que a paciente é beneficiária da unidade Norte Mato Grosso, localizada em Sinop, no Estado vizinho. Portanto, a solicitação médica é de responsabilidade da Unimed de origem.
A reportagem tentou contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e com a Unimed de Sinop, mas não obteve respostas.
Ajude a família de Isadora
Além da vacina, a criança precisa de outros cuidados, como roupas especiais, cremes, pomadas e uma alimentação específica. Com um salário de R$ 2.600, Pedro não consegue arcar com todos os custos sozinho.
Quem quiser ajudar a família de Isadora com doações em dinheiro, a chave do PIX é 01366313127. Uma vaquinha online também foi aberta, pode acessá-la clicando aqui.