O Conselho Municipal de Saúde de Campo Grande solicitou a realização de uma auditoria técnica, contábil e financeira no Fundo Municipal de Saúde, abrangendo os últimos cinco exercícios (2020 a 2025). O pedido foi aprovado por unanimidade durante a 460ª Reunião Ordinária do Pleno, realizada na última quarta-feira (30).
A decisão se baseia em uma série de irregularidades apontadas pelo colegiado, como a ausência de envio dos extratos bancários e conciliações das contas há cerca de um ano, mesmo após reiteradas cobranças. Também foi destacada a inexistência de lançamentos de “contas a pagar” nos balancetes de 2025, o que, segundo o Conselho, contraria a realidade dos serviços e dificulta a análise da real situação financeira da saúde municipal.
Outro ponto levantado é o atraso no pagamento a prestadores de serviços e fornecedores, que relatam insegurança na continuidade do atendimento e no fornecimento de insumos. Além disso, a sociedade civil e representantes do próprio Conselho vêm questionando a falta de clareza sobre saldos, restos a pagar e compromissos assumidos pelo Fundo.
Diante das denúncias, o Conselho encaminhou o pedido de auditoria a três instâncias de fiscalização e controle: Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), para análise dos recursos estaduais e municipais; Tribunal de Contas da União (TCU), devido ao repasse de recursos federais; Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), responsável pela avaliação do uso dos recursos do Sistema Único de Saúde em todo o país.
No documento, o coordenador do Conselho Municipal de Saúde, Jader Vasconcelos, pede que a auditoria examine especialmente a execução orçamentária e financeira, o registro de despesas, conciliações bancárias, registros de contas a pagar e a regularidade nos processos de pagamento.
DENÚNCIAS
Mais cedo, o TopMídiaNews divulgou denúncia apontando que a Prefeitura de Campo Grande teria desviado exatos R$ 156.830.401,28 do Fundo Municipal de Saúde, sem as devidas autorizações legais, para o pagamento de contas atrasadas, especialmente de folha salarial.
A manobra teria ocorrido antes do pleito do ano passado, para o pagamento de folha salarial, impedindo qualquer possibilidade da inserção do nome da prefeitura Adriane Lopes (PP), então pré-candidata à reeleição, na ‘lista-suja’ do Tribunal de Contas do Estado, o que poderia barrar a campanha eleitoral.
Além de Adriane, as supostas irregularidades envolveriam Rosana Leite, secretária municipal de Saúde, e Márcia Hokama, secretária municipal de Fazenda.