Revista MS

Com mais de dois meses de folga, 2024 já é o maior embarque de carne bovina da história

Hyberville Neto

Por Hyberville Neto – consultor e diretor da HN AGRO

Considerando apenas os dados preliminares de outubro, que já somam 236,2 mil toneladas (Secex) e devem fechar o mês como maior volume mensal da história, superando o recorde de setembro, já temos também o maior volume anual de carne bovina já embarcado.

Considerando a carne bovina in natura, de janeiro a setembro, o Brasil havia embarcado 1,85 milhão de toneladas, o que equivale a um acréscimo de 29,7% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado e apenas 8,0% menos que as 2,01 milhões de toneladas embarcadas em todo 2023.

Faltavam 160,3 mil toneladas e na parcial de outubro, como citado, já foram 236,2 mil. Com isso, já foram vendidas 2,08 milhões de toneladas, superando em 3,8% o volume de 2023, até dezembro.

Usando apenas os dados fechados até setembro para as comparações a seguir, tivemos um aumento da receita, em dólares, de 21,3%, com preço médio, também na moeda americana, 6,4% menor que em 2023, no mesmo intervalo.

Em reais, o preço médio da tonelada embarcada até setembro foi 1,3% menor que em 2023, com acréscimo de 27,9% na receita média acumulada, na mesma moeda.

Para a carne suína e de aves, os volumes acumulados até setembro foram recordes, superando em 5,3% e 0,9%, respectivamente, aqueles observados até setembro de 2023. Segundo as últimas projeções do USDA, de outubro, os embarques de carne suína do Brasil devem se manter em 2025 e os de carne de frango devem aumentar 2,0%.

As projeções do USDA se referem a carnes totais, enquanto os dados citados anteriormente são de carne in natura. Observações a parte, estamos falando de boas expectativas, com crescimento para carne de aves e estabilidade, em patamar recorde, para a suína.

Para a carne bovina, a expectativa do USDA é de crescimento de 0,7%, frente ao resultado, já inédito, de 2024. Ou seja, o órgão espera mais um recorde de exportações.

A questão fiscal mantendo o dólar valorizado e a lacuna de oferta nos Estados Unidos subsidiam boas expectativas, tanto por menor concorrência pelo país, como por maior demanda pelas suas compras. Segundo o USDA, as exportações de carne bovina dos EUA devem cair 12,0% em 2025.

Ainda segundo o USDA, Austrália, Índia e Argentina devem aumentar as exportações de carne bovina (e de búfalos) em 2025, em 1,9%, 4,4% e 4,9%, respectivamente.

Com redução prevista de 0,8% na produção global de carne bovina, a expectativa é que haja valorização da carne em nível global, com o maior fornecedor provavelmente entrando efetivamente em um momento de menor oferta de gado, com o início da retenção de fêmeas.

Em agosto, neste espaço, analisamos a diferença de preços do boi gordo entre o Brasil e outros players (LEIA AQUI).

Em outras palavras, a promoção de carne brasileira está acabando e devemos ter preços se aproximando de outros fornecedores.

Convite: No dia 22/11, participarei da 28ª edição do Evento Técnico da Cooperativa Maria Macia, em Campo Mourão-PR, juntamente com o professor Pietro Barusselli (USP) e o Antônio Chacker (Inttegra). Para mais informações acesse o Instagram @hn.agro e @coopmariamacia. Abraço e nos vemos lá.

Você gostou desta coluna? Tem alguma sugestão ou informação nova?  Por favor, me escreva no e-mail hyberville@hnagro.com.br.


Mercado Pecuário

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