Que Campo Grande é tida como uma capital que tem ares de interior, todo mundo sabe. É claro, essa é uma visão extremamente positiva sob vários aspectos, e, veja bem, esta não é a única vantagem de se viver aqui: a Cidade Morena tem um dos melhores índices de qualidade da água no Brasil.
Segundo o ranking do Saneamento, que considera apenas capitais, divulgado em março deste ano pelo Instituto Trata Brasil, Campo Grande fica atrás somente de São Paulo, no ranking das cidades com melhores índices de saneamento.
Isso é resultado de muito trabalho da Águas Guariroba, de um rigoroso processo de controle, além da instalação de rede de água e esgoto em toda a cidade, e ainda – apesar de não existir a obrigação contratual por parte da concessionária –, também na zona rural.
O programa Sanear Rural, que é o foco desta reportagem, é responsável por beneficiar 12 comunidades rurais da Capital com água tratada, onde antes só se podia contar com a água de poço.
Para que fosse possível a chegada da água tratada a essas localidades, foi feita a análise da água de poços de propriedades nessas comunidades, e foram instalados cloradores tubulares. Posteriormente, alguns dos moradores recebem treinamento para fazer a reposição das pastilhas de cloro, conforme nos explicou Adão Amaral, da Associação São Luiz.
Além de produtores, escolas e USFs (Unidades de Saúde da Família) na zona rural também receberam água potável, e o impacto, especialmente nas USFs, foi positivamente percebido com a redução de ocorrências de doenças de veiculação hídrica, que são aquelas causadas por micro-organismos em água não tratada ou contaminada, como a diarreia comumente provocada pela bactéria E. coli (Escherichia coli).
Levando-se em conta que mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, viver em uma cidade com 99,8% de atendimento de água, e água de qualidade, é um privilégio.
Rede de esgoto
O trabalho de saneamento em Campo Grande também se destaca com o avanço da rede de esgoto aos bairros mais distantes da Capital.
Por exemplo, somente neste ano, quatro bairros da Capital receberam instalação e universalização da rede de esgoto, num total de 190 quilômetros: Coophavila II, Seminário, Homex e Comunidade Quilombola Tia Eva.
E até o final de 2024, as regiões do São Conrado e Caiobá também devem ser contempladas.
É importante salientar que há estudos que mostram que em localidades onde há instalação da rede de esgoto, ocorre a redução no número de internações hospitalares.
Desta forma, existe a redução de impacto financeiro na saúde pública, o que permite a realocação de recursos em outras prioridades.
Assista: