Há 6 anos você partiu e o brilho da família Medina não é mais o mesmo. As reuniões em datas comemorativas, quase nem existem mais, aqueles bolinhos de trigo que só você sabia fazer, a falta daquele cheirinho de desodorante em creme que gostava de usar. Há 6 anos, que a matriarca nos deixou. Hoje, dia 2 de Finados, eu Dayane Medina escrevo sobre alguém da minha família que partiu, mas deixou um legado de alto astral e simpatia.
Acostumada a escrever histórias das outras pessoas, hoje escrevo sobre uma pessoa muito especial, minha avó paterna, dona Clemência.
Quem é que não perdeu um ente querido e nesta data não sente saudade? Para a nossa família, o mês de novembro sempre foi de muita comemoração.
Com parte da família fazendo aniversário nesse mês, quem abria as portas das comemorações era ela, no dia 11, mas quem iria imaginar que depois de quase 8 décadas, justamente o dia 11 de novembro que comemorávamos o seu aniversário, iriamos passar a lembrar desta data pelo seu falecimento.
Ela era tão especial que partiu no dia do próprio aniversário.
Mas como escrever sobre a senhora sem que os olhos encham de lágrimas? Impossível! O choro vem pela saudade, pela felicidade em ter você em nossas vidas.
Foram longos anos enchendo a vida não só dos familiares de alegria, mas de todos aqueles que tiveram o privilégio da sua companhia. O Zé Pereira inteiro conheceu a dona Clemência da pechincha.
Como diz o ditado, 'a casa não caía na cabeça dela', sempre ativa e muito batalhadora, queria encontrá-la? Era só ir no Mercadão Municipal que lá estava ela fazendo suas vendas para as vendedoras de lá.
Mas quem era essa mulher que merece receber essa homenagem no Dia de Finados?
Clemência Fernandes Medina faleceu no dia 11 de novembro de 2018 em decorrência de problemas de saúde. Mãe de 4 filhos, ela criou uma filha mulher e três filhos homens e mais um casal de netos.
Vinda de Miranda, ela passou por Aquidauana e terminou a vida aos 78 anos em Campo Grande. Ao longo dos anos ela batalhou para criar os filhos e apesar de ter tido uma vida difícil como muitos, nunca deixou o sorriso sair do rosto.
Brincalhona, sorridente e alegre, ela sempre foi uma pessoa de muito alto astral, estão aí os familiares que não me deixam mentir.
A casa da minha vó por muitos anos foi ponto de encontro dos familiares que mesmo com os altos e baixos, por ela estavam lá, unidos.
Fecho os olhos e posso me lembrar da dança da vassoura que tinha nas festas na casa dela. Ah, que saudade!
Assim como eu, a primeira neta tem lembranças importantes que jamais serão apagadas da memória. “A vó sempre foi uma pessoa muito forte, batalhadora. Uma pessoa amorosa. Só tenho as melhores lembranças com ela. Sempre tinha um carinho, um abraço gostoso, um sorriso”, lembra Priscila Medina.
Das melhores lembranças, Pri guarda com carinho a recordação de ver a avó entrando no seu casamento com a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
“Já viajamos junta para Aparecida, mas foi incrível e super emocionante ver ela entrando no meu casamento com a imagem de Nossa Senhora Aparecida”, recorda a primeira neta.
Renan Medina, um dos netos criados por ela também tem muitas lembranças, desde o cuidado, os conselhos, mas as lembranças que ele mais sente falta de compartilhar com ela, eram dos momentos juntos quando ele chegava de viagem do trabalho.
“Essas lembranças são de 2015, 2016, eu trabalhava como segurança e passava até 20 dias viajando e quando eu voltava era gostoso quando tínhamos aquele momento, só nós dois, nossas conversas, nossos lanches, ela fazia bolo de cenoura, de banana”, lembra dos momentos de intimidade com a vó.
Outra neta criada por ela, Mayra Medina lembra como foi ser criada por ela.
“Casa de vó pra mim sempre significou chá docinho, café quentinho, comida fresquinha, união, família, acolhimento, amor, carinho, respeito, entre tantas coisas.
Quando chegou o dia da despedida doeu, de uma forma que só eu sei. Sempre nos ensinou a ser forte e lutar pelo que queríamos. Mas nunca nós preparou para viver sem ela”, diz a jovem.
A mãe da primeira bisneta de Clemência ainda diz o quão doloroso foi o entender que estava na hora dela partir.
“Era hora do descanso merecido, entendi que a casa de vó estava fechando as portas. Só agradeço por ter sido quem foi, e se eu pudesse fazer um pedido impossível, seria te trazer de volta para que pudesse ficar só mais um pouquinho entre nós”, finaliza.
Com toda certeza, cada membro da família tem uma memória inesquecível com ela. Adoraria dar espaço a todos para que pudessem descrever essa mulher incrível.
Animada, nos últimos anos de vida, minha vó viajou, conheceu lugares novos, participou dos bailes da terceira idade e pode aproveitar momentos incríveis ao lado da única filha mulher.
Clemência foi mãe, pai, vó, bisavó, viveu tudo o que podia com intensidade e deixou seu legado de amor, simpatia e alegria, porque a vida dela era sorrir!