Revista MS

Após anos de espera, paciente realiza transplante e toca o sino da vitória em Campo Grande (vídeo)

Jair Lemos da Silva, de 54 anos, viu a esperança renascer no dia 8 de julho, após anos de espera por um transplante renal. Morador de Três Lagoas, ele enfrentou quatro anos na fila do Sistema Nacional de Transplantes, além da frustração de uma tentativa malsucedida em 2023, quando uma intercorrência com o doador vivo impediu a cirurgia na véspera.

Uma ligação trouxe a notícia de um doador compatível, e Jair, acompanhado da esposa, Cássia Regina Mariano Lemos, seguiu para o Hospital Unimed Campo Grande. 

Na data marcada, poucas horas antes do procedimento, o casal vivia a tensão e a alegria do momento. “Esperávamos por isso há muito tempo. O coração ficou apertado, mas a felicidade tomava conta. Esse transplante era essencial para que ele tivesse mais qualidade de vida”, relembra Cássia, emocionada.

Duas semanas após a cirurgia, Jair recebeu a tão aguardada notícia: estava liberado para voltar para casa. A comunicação foi feita por sua médica nefrologista, Rafaella Campanholo Grandinete, durante uma visita no hospital. “É muita emoção. Agora que deu tudo certo, eu só quero ver o sol, abraçar meus filhos e voltar à rotina”, disse Jair, com gratidão nos olhos.

O momento da alta foi marcado por um gesto simbólico e comovente: o toque do sino da vitória. Cercado por profissionais de saúde e pela esposa, Jair celebrou a nova chance que recebeu. “É o som da superação e do recomeço”, definiu a enfermeira Sabrina Cangussu. “Cada paciente que volta para casa é a confirmação de que nosso trabalho em equipe vale a pena.”

Emocionado, Jair também refletiu sobre a importância da doação de órgãos. “Às vezes a gente nem pensa nisso, mas é fundamental. Uma família, mesmo em meio ao luto, teve a generosidade de autorizar a doação. Isso salvou a minha vida. Hoje, mais do que nunca, eu sou doador.” 

A importância da doação de órgãos

A história de Jair reforça a urgência em se falar sobre o tema. No Brasil, em 2024, houve o recorde de transplantes, com mais de 30 mil procedimentos, um crescimento de 18% em relação a 2022. Em contrapartida, 78 mil pessoas ainda aguardam por um transplante, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados em junho deste ano. 

Um único doador pode salvar até 10 vidas. Mas para que isso aconteça, é essencial que o desejo de doar seja conversado com a família, já que a autorização depende exclusivamente dos parentes mais próximos.

De acordo com especialistas, a falta de informação ainda é uma das maiores barreiras.

A doação de órgãos não apenas salva-vidas, mas também renova famílias inteiras. É um gesto que ultrapassa o sofrimento e transforma dor em esperança.

Para se tornar doador, basta manifestar sua vontade em vida e informar a família. Mais informações podem ser obtidas nos canais oficiais do Ministério da Saúde ou nas unidades hospitalares de referência em transplantes.

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