Por mais de duas décadas, a farmacêutica, Elisangela Berneles da Cruz, 47 anos, e contador, Claudinei Marcelo da Cruz, 51 anos, sonharam com o som de risadas pela casa e crianças enchendo o ambiente de alegria. Desde 2023 o casal vive o amor mais puro após 4 anos de espera na fila da adoção, em Campo Grande.
Casados há 23 anos, Elisangela e Claudinei passam 20 deles tentando engravidar. Nunca houve um diagnóstico, nenhuma explicação médica, mas o desejo de terem filhos fizeram eles encontrarem o amor na adoção.
Em 2019, o casal decidiu entrar na fila da adoção, mas poucos meses depois, a pandemia chegou e o curso de preparação para pais adotivos foi feito online. “Fizemos parte da primeira turma virtual. Já ali a gente sentia que algo muito especial estava por vir”, lembra Elisangela.
Foram 4 anos e 1 dia de espera até o telefonema que mudou tudo. Um casal de irmãos, que vivia há um ano e meio em um abrigo, se encaixaram no perfil e tornaram Elisangela mãe em dose dupla.
Samuel, com 4 anos, e Hadassa, com 1 ano e 7 meses, estavam prontos para o convívio da nova família. Quando os conheceram primeiro pela história, depois pelas fotos, foi impossível não se emocionar.
“Foi amor à primeira vista. Voltamos para casa e, logo depois, a juíza liberou a visita. No segundo dia, ela ligou: 'Podem vir buscar seus filhos'. Foi uma loucura, de um dia para o outro tínhamos duas crianças em casa e nenhuma roupa pronta”, brinca ao lembrar o desespero do preparatório para a chegada das crianças.
A casa ganhou novas cores, sons, e sentidos. O primeiro chá de boas-vindas reuniu cerca de 200 amigos. Todo mundo queria conhecer os dois milagres.
Bastante emocionada, Elisangela comemora o segundo dia das mães ao lado dos filhos e frisa o quanto a chegada das crianças foi transformador.
“A gente não mudou a vida deles. Eles mudaram a nossa. Eles nos fizeram melhores”, diz com firmeza.
O segundo Dia das Mães de Elisangela carrega uma semana inteira de emoção. “Foi quando eu nasci como mãe, e é como se estivesse renascendo a cada Dia das Mães”, comemora.
Samuel, hoje com 6 anos, não se cansa de contar a história da própria chegada e o encontro com os pais proporcionado por Jesus.
“Ele fala que quando estava no abrigo, pedia a Jesus um papai e uma mamãe. E, ao mesmo tempo, um papai e uma mamãe pediam um Samuel e uma Hadassa. Aí Jesus juntou tudo. E essa história, ele diz, não tem fim”, conta com emoção.
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