Relação de presos na Operação do Ministério Público paulista contra fraude em impostos trouxe um nome conhecido da polícia em Mato Grosso do Sul: trata-se de Celso Eder Gonzaga de Araújo, envolvido no esquema financeiro deflagrado na Operação Ouro de Ofir, em 2017.
Segundo o G1, a investigação paulista dá conta que o chefe dos fiscais tributários da Fazenda de SP, Artur Gomes da Silva Neto, recebia propina bilionária de empresários para não recolher parte dos impostos. Um deles é bem conhecido do publico: Sidney Oliveira, fundador e proprietário da Ultrafarma. Outro preso é diretor da empresa Fast Shop.
A polícia cumpriu seis mandados de prisão, sendo Celso Eder um dos encarcerados. Os agentes cumpriram 19 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos e nas sedes das empresas investigadas.
Na casa de Celso havia esmeraldas, um milhão de reais, cerca de dez mil dólares e 600 euros, dentro de um cofre. O imóvel fica no luxuoso condomínio de Alphaville, em Barueri, diz o site.
O G1 trouxe também que Gonzaga era parceiro de Arthur Gomes e responsável por lavar o dinheiro da propina. Uma empresa da esposa do fiscal dele era usada no esquema.
Resposta
O advogado de Sidney Oliviera revelou que o cliente já havia feito acordo de não persecução penal com o MPSP e agora vai se inteirar dos motivos que levaram o empresário a ser preso. O espaço está aberto para manifestação dos envolvidos.
Operação desvendou golpes contra milhares de pessoas (Foto: André de Abreu – arquivo)
Ouro de Ofir MS
A operação Ouro de Ofir foi deflagrada pela Polícia Federal em 2017, em MS. Celso e comparsas se diziam proprietários de uma suposta mina de ouro, que foi explorada na época do Brasil Império e cujos valores oriundos das comissões para a revenda estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos. Existe, inclusive, a esdrúxula figura de contrato de doação mediante pagamento. Outra modalidade de engodo é a promessa de liberação de uma antiga Letra do Tesouro Nacional – LTN.
Estima-se que milhares de indivíduos tenham sido induzidos a investir em um projeto cujos contratos não possuem lastro ou objeto jurídico plausível (os nomes eram Operação SAP e AU Metal). Os investidores são induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1.000% (algo desproporcional e insustentável financeiramente). Também eram falsificados documentos de instituições públicas federais na tentativa de oferecer credibilidade ao que era repassado às vítimas.
Em 2025, o STJ alegou que a investigação era fraca, sem detalhe e trancou a ação.