Revista MS

Pollon tá no meio! Chances de punição a 'bolsonaristas do motim' são mínimas; entenda

As chances de punição aos deputados que se amotinaram no plenário da Câmara na última semana são mínimas.

A coluna apurou que integrantes do comando da Casa, que reúne sete parlamentares, tendem a arrastar o caso ao máximo, de forma que caia no esquecimento — apesar da vontade do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).

''A maioria das vezes o tempo resolve. Prefiro trabalhar em cima do que nos une do que do que nos afasta. A saída é priorizar pautas que unam o Parlamento'', afirmou à coluna um integrante da Mesa Diretora, reverberando outros colegas.

Também não se deve esperar do corregedor da Câmara, Diego Coronel (PSD-BA), algo diferente. Parlamentares que conhecem o deputado dizem que não é de seu perfil entrar em confusão. O mais provável é que tome uma decisão salomônica.

Além disso, há questões eleitorais envolvidas. O pai do deputado, senador Angelo Coronel (PSD-BA), foi rifado pelo PT e não terá o apoio do partido para sua candidatura à reeleição em 2026. O PT irá apoiar, desta vez, o ministro Rui Costa (Casa Civil). Com isso, o senador busca outras correntes políticas para tentar renovar o mandato. Em ano pré-eleitoral, qualquer decisão no Congresso passará pelo cálculo político.

Se, mesmo assim, o caso avançar na Corregedoria e na Mesa Diretora, há chance de blindagem pelo Conselho de Ética.

O presidente do colegiado, deputado Fabio Schiochet (União Brasil-SC), a quem cabe colocar o assunto em pauta, já se vangloriou de ser o deputado “mais alinhado” ao governo Bolsonaro, convidou o ex-presidente para tradicional Festa do Tiro, a Schützenfest em 2021 com o argumento de que “nós gostamos de atirar, né presidente”, e apoiou a proposta de anistia aos presos do 8 de janeiro.

Hugo Motta defende punição

O movimento para punir 14 deputados que participaram do motim partiu do presidente da Câmara. Ele enviou na última semana pedido para a corregedoria se manifestar.

Os deputados bolsonaristas passaram 30 horas na cadeira de Hugo Motta para força-lo a pautar o projeto de anistia. O sequestro ocorreu em retaliação a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

Na pauta de exigências para devolverem o plenário está a anistia, o impeachment de Moraes e o fim do foro privilegiado – o que tira do Supremo a prerrogativa de julgar parlamentares.

O PL, em contrapartida, apresentou uma representação sexta-feira (8/8) contra a deputada Camila Jara (PT-MS) por agressão contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), mas seu nome não consta na lista enviada por Motta à Corregedoria.
Inicialmente, a Mesa Diretora havia informado que “todas” as representações tinham sido encaminhadas. O Metrópoles questionou o motivo pelo qual a deputada não está na lista, mas não obteve resposta até a publicação dessa reportagem.