Em nota, o governo de Mato Grosso do Sul repudiou grito de guerra que faz apologia a crimes durante atividade de formação na Polícia Militar e prometeu “rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas”.
Em vídeo que viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (1º), é possível ouvir os alunos entoando ordens como: “Bate na cara, espanca até matar, arranca a cabeça e traz ela para cá” e “o interrogatório é muito fácil de fazer. Eu pego o vagabundo e bato nele até morrer”.
A gravação foi divulgada pela advogada Giselle Marques — Pós-Doutora em Meio Ambiente, Doutora em Direito, professora universitária e advogada — que classificou o episódio como “apologia ao crime de tortura institucionalizada”.
Em tom de apelo, ela direcionou sua fala ao governador Eduardo Riedel (PSDB). “Peço a vossa excelência que adote providências enérgicas contra os responsáveis por essa atrocidade”, declarou.
A professora também se ofereceu para ministrar, de forma gratuita, aulas de direitos humanos aos alunos envolvidos. Segundo ela, é fundamental que os futuros policiais compreendam que sua missão é proteger a população, e não praticar violência.
Veja a nota do governo:
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul manifesta publicamente seu repúdio a quaisquer condutas que incentivem a violência, e determinou a adoção imediata das providências cabíveis, com rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas.
A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul lamenta o ocorrido e esclarece que o episódio consiste em uma manifestação isolada, não representando os valores, princípios e o padrão institucional da corporação. A expressão utilizada não foi criada pela instituição e tampouco faz parte de seus protocolos oficiais. A preparação do efetivo inclui disciplinas voltadas à valorização da vida, respeito às minorias e atuação comunitária.
O Governo de Mato Grosso do Sul enfatiza que forma policiais para defender a sociedade, a vida, a segurança e a paz.