Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul repudiou, nesta sexta-feira (1º), anúncio de punição a membros da força no Estado. O motivo é um vídeo com formandos da Polícia Militar fazendo grito de guerra, mas que a entidade vê como tradição em cursos das forças.
A ACS PM BM MS lamentou que, nem vestiram a farda ainda, os jovens militares já estão sendo atacados, principalmente porque a gravação foi tirada de contexto.
''Não por erros, mas por um ritual simbólico e tradicional da formação militar: o grito de guerra'', comentou a entidade.
A Associação esclareceu que o grito de guerra não é orientação de conduta. ‘’É tradição militar, usada em todo o Brasil para fortalecer o espírito de corpo, a disciplina e a união dos guerreiros que vão para as ruas proteger a sociedade’’.
Os responsáveis pelo curso foram acusados pela advogada Giselle Marques, ligada ao PT, de incitação à tortura e ataque aos direitos humanos. No entanto, a ACS destaca que a formação dos cerca de 400 policiais teve 1.500 horas de aulas, com base em disciplina, legalidade, direitos humanos e técnica policial.
''Nenhum policial é treinado para agredir ou torturar. A missão da PM é proteger vidas, manter a ordem e agir sempre dentro da lei. Atacar uma tropa inteira por um grito simbólico é distorcer os fatos, desrespeitar a tradição militar e revelar um completo desconhecimento sobre a formação policial'', escreveu a entidade.
Por fim, a associação enviou uma mensagem aos novos soldados.
''Cabeça erguida! A missão de vocês é nobre. A sociedade precisa de vocês — e a ACS estará sempre vigilante na defesa da Polícia Militar''.
Governo
''O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul manifesta publicamente seu repúdio a quaisquer condutas que incentivem a violência, e determinou a adoção imediata das providências cabíveis, com rigorosa apuração dos fatos e aplicação das sanções legais previstas.
A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul lamenta o ocorrido e esclarece que o episódio consiste em uma manifestação isolada, não representando os valores, princípios e o padrão institucional da corporação. A expressão utilizada não foi criada pela instituição e tampouco faz parte de seus protocolos oficiais. A preparação do efetivo inclui disciplinas voltadas à valorização da vida, respeito às minorias e atuação comunitária.
O Governo de Mato Grosso do Sul enfatiza que forma policiais para defender a sociedade, a vida, a segurança e a paz''.