Revista MS

Criança com autismo, TDAH e TOD espera há 2 anos por professora de apoio em escola no Noroeste

Há dois anos, a dona de casa Marli Pereira luta para garantir o direito do filho à educação inclusiva, na rede pública de Campo Grande. Diagnosticado com autismo, TDAH e TOD (Transtorno Opositivo Desafiador), Lucas Samuel Pereira Lopes, de 7 anos, não sabe ler e enfrenta grandes dificuldades de aprendizagem agravadas pela ausência de uma professora auxiliar na sala de aula.

Segundo Marli, desde os primeiros anos do filho na creche já era perceptível a necessidade de apoio especializado. Hoje aluno do 2º ano da Escola Municipal Professora Ione Catarina Gianotti Igydio, no bairro Jardim Noroeste, Lucas tem laudo médico dos três transtornos como solicitado pela escola, mas ainda assim não tem apoio para aprender.

“Eu sempre pedi ajuda, mas diziam que era preciso laudo. Juntei dinheiro, corri atrás e consegui o laudo este ano. Mesmo assim, nada mudou”, lamenta Marli.

O documento comprova a condição de Lucas e recomenda o acompanhamento individualizado, mas, segundo a mãe, a escola informa que a Prefeitura ainda não disponibilizou o profissional.

“A direção diz que já tentaram com a prefeita e com a Secretaria, mas não conseguem. Enquanto isso, meu filho vai ficando para trás, sem aprender, sem ter a atenção que precisa”, desabafa.

Servente e mãe solo, Marli afirma que o filho está “atrasadíssimo” na leitura e que sente os impactos emocionais da exclusão. “Ele se frustra e eu não sei mais a quem recorrer. Só quero o que é direito dele”, pede.

Em nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que “está atualmente conduzindo um processo seletivo para a contratação de profissional de apoio destinado ao atendimento do aluno”.

“Ressaltamos que um profissional já havia sido designado para essa função, contudo, infelizmente, a profissional desistiu do cargo. Seguimos empenhados em concluir o processo seletivo com a maior brevidade possível, a fim de garantir o suporte necessário ao aluno”, finaliza.