Campo Grande é a cidade com maior número de casos de ataques de escorpião em Mato Grosso do Sul. Ao todo, em 2024, foram 1.888 ataques, acendendo um alerta na população. Em apenas uma semana, duas crianças de 8 anos morreram ao serem picadas pelos animais.
Conforme as informações da CVSAT (Coordenadoria Estadual de Vigilância em Saúde Ambiental e Toxicológica) da SES (Secretaria de Estado de Saúde), de cada 4 acidentes com animais peçonhentos, 3 são com causados por escorpiões.
De janeiro de 2024 e janeiro de 2025 foram registrados 6.101 acidentes escorpiônicos. Campo Grande é seguida por Três Lagoas com 518, depois Dourados com 261, Brasilândia com 183 e Paranaíba tendo 170.
As principais espécies encontradas no estado são o Tityus confluens (escorpião amarelo), que provoca acidentes moderados; o Tityus serrulatus (escorpião amarelo), que pode causar acidentes moderados a graves, com necessidade de internação; e o Tityus bahiensis (escorpião marrom), também responsável por casos graves especialmente entre crianças e idosos, que são mais vulneráveis ao agravamento dos sintomas.
Além disso, é preciso ficar atento aos locais que servem como esconderijo para os animais, que costumam ficar em áreas escuras, úmidas e de fácil acesso a alimento, como baratas. Eles são encontrados com frequência em redes de esgoto, ralos, entulhos, caixas de gordura, bueiros, materiais de construção e também em áreas rurais, onde há acúmulo de madeira, folhas secas e pedras.
Um alerta, feito pela CVSAT é sobre a fácil adaptação dos escorpiões a diferentes ambientes. “Eles exigem atenção durante todo o ano, tanto nas cidades quanto no campo”.
Em Mato Grosso do Sul, o governo tem desenvolvido ações preventivas e de controle, como as capacitações constantes de profissionais de saúde e de saneamento, o fortalecimento do diagnóstico e do tratamento dos acidentes e a implantação da Rice (Rede Integrada de Controle de Escorpiões).
Em caso de acidente, a recomendação é buscar imediatamente atendimento médico em uma unidade pública de saúde e não aplicar remédios caseiros ou substâncias no local da picada, para não agravar a situação da vítima. Medidas preventivas simples podem ajudar a reduzir os acidentes com animais peçonhentos. Dentre elas:
– Manter ralos bem tampados e frestas vedadas;
– Evitar acúmulo de entulhos, restos de materiais de construção e lixo doméstico;
– Limpar quintais, jardins e terrenos baldios com frequência;
– Inspecionar roupas, calçados e roupas de cama antes de usar, especialmente se estiverem no chão.
Duas mortes por picada em uma semana
Valentina Macedo, de 8 anos, morreu neste domingo (3), em Campo Grande, após ser picada por um escorpião em Chapadão do Sul, na semana passada. Ela havia sido transferida em estado grave para a Capital, mas não resistiu.
Na mesma semana, o pequeno Adrian Souza Martins, de apenas 8 anos, morreu no final da tarde desta quarta-feira (6), após ser picado por um escorpião no município de Itaquiraí. O menino estava internado em estado grave em Dourados, mas acabou não resistindo.
A recorrência de acidentes com escorpiões tem gerado preocupação em diversas cidades do Estado. Especialistas alertam que medidas preventivas são fundamentais para evitar picadas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao veneno. A limpeza de quintais, terrenos baldios e o cuidado com entulhos e ralos são algumas das ações recomendadas para reduzir os riscos.
A população também é orientada a buscar atendimento médico imediato em caso de picada. Quanto mais rápido for iniciado o tratamento, maiores são as chances de recuperação, especialmente em crianças.