Revista MS

Idosa com hérnia grave é transferida ao hospital após denúncia de 'abandono' na UPA

A aposentada Joanilda dos Santos, de 83 anos, foi transferida para o Hospital Regional de Campo Grande na tarde desta quinta-feira (6), um dia após ter dado entrada na UPA Coronel Antonino em estado grave, com parte do intestino exposto por conta de uma hérnia umbilical. A transferência só ocorreu após a situação da idosa ser denunciada em reportagem do TopMídiaNews.

A filha Ana Cláudia informou à reportagem que a vaga no hospital foi garantida, mas que a remoção precisou ser feita pela própria família, devido à indisponibilidade de ambulância. “Conseguimos vaga para o Hospital Regional, mas tivemos que levar por meios próprios. Ainda não há prazo para a cirurgia porque ela está aguardando os exames”, disse.

Joanilda deu entrada na unidade de pronto atendimento por volta do meio-dia de terça-feira (5), depois de desmaiar em casa, com fortes dores abdominais. Segundo a família, ela convive com a hérnia há 37 anos, mas o quadro se agravou nos últimos dias.

Na unidade, ficou sem alimentação por mais de 24 horas e sem previsão de exames, mesmo com recomendação médica de cirurgia urgente. Ainda conforme as filhas, Joanilda também tem histórico de AVC e faz uso de medicamentos controlados.

Além da dor intensa e do estado de fraqueza, a idosa começou a apresentar episódios de defecação líquida involuntária. A situação gerou revolta na família, que relatou falta de acolhimento e demora no atendimento médico.

Com a transferência, as filhas afirmam estar mais aliviadas, pois a idosa passou a ser acompanhada por uma equipe especializada. No entanto, o sentimento de insegurança permanece. “Pelo menos agora ela está em um hospital. Mas não sabemos quando vão fazer a cirurgia”, desabafa Ana Cláudia.

Nota da Prefeitura

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande respondeu à denúncia por meio de nota oficial. Informou que todos os atendimentos seguem os protocolos do SUS (Sistema Único de Saúde), que definem prioridades com base em critérios de urgência, gravidade e disponibilidade de recursos.

A administração também alegou que, em respeito à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), não fornece informações individualizadas sobre pacientes à imprensa, mesmo que de forma indireta.

Por fim, orientou que pacientes ou responsáveis acompanhem suas demandas por meio das unidades de saúde ou dos canais oficiais da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde): Ouvidoria SUS: 0800 314 9955 ou (67) 3314-9955; Portal da Ouvidoria: ouvidor.saude.gov.br; Central 156.