Revista MS

Vendedor de lanches é retirado de posto de combustível e desabafa: 'só quero trabalhar' (vídeo)

Nisernei da Silva, de 41 anos, viveu uma situação que chamou de “injustiça” na manhã desta quarta-feira (23), em Campo Grande. Ele, que há uma década vende lanches e geladão para caminhoneiros às margens da BR-163, foi abordado por policiais militares e impedido de trabalhar no pátio de um posto de combustível, localizado no rodoanel da cidade.

De acordo com Nisernei, a denúncia partiu de pessoas que se incomodaram com sua presença, possivelmente por causa da concorrência. “Trabalho com vendas de geladão na parte da tarde e, às 5h da manhã, vendo lanche com café. Mas, infelizmente, me denunciaram por estar vendendo no posto de gasolina. Uma injustiça”, relatou.

O vendedor gravou um vídeo no momento da abordagem policial, onde aparece ao lado dos dois militares que pediram que ele deixasse o local. “Eu fui denunciado porque estou tentando trabalhar, vender meus pãezinhos, meus lanches. Olha a injustiça. Caso alguém me denunciar de novo, porque eu estou trabalhando, eu vou ser preso. Eu só quero ganhar o meu pão de cada dia”, desabafou.

Segundo ele, o trabalho no local não é fixo. “Tem 10 anos que eu vendo lanche ali na parte da manhã, e na parte da tarde vendo geladão gourmet. Mas não é um ponto fixo, eu passo, fico ali uns 40 minutos e já continuo seguindo a paralela das oficinas para atender os caminhoneiros. É um ponto andando”, explicou.

Nisernei afirma que sai de casa às 4h da madrugada para começar as vendas e que muitos de seus clientes são caminhoneiros. “Conheço muito caminhoneiro, trabalhador do transporte, puxando os grãos por esse mundo afora. Agora fica difícil, né?”, disse.

Apesar do transtorno, ele garante que não vai desistir do trabalho. “É só transtorno agora, mas vou continuar a vida, por que eu vou correr para onde? Meu ramo é ali em cima, na BR-163, é ali que eu trabalho há dez anos, meu ganha-pão. O negócio é perseverar e continuar atendendo meus clientes. Com ou sem dificuldade, tem que ir para cima”, finaliza.

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