Apuração do Ministério Público Estadual pode revelar valores astronômicos, pagos pela prefeitura a médicos, sem que estes prestem nenhum ou apenas parte dos serviços contratados, em Campo Grande. É o chamado ''plantão fake''.
Uma das médicas citadas na apuração, Larissa Araújo Missirian, tem dois vínculos com a prefeitura, segundo Portal da Transparência: um consta como ''convocação'' e outro ''concurso''. No primeiro a profissional recebeu, em abril de 2024, R$ 7.329 bruto e R$ 3.476 líquido. Ainda segundo apurado, na seção ''concurso'', a médica faturou R$ 23.333 bruto e R$ 15.511 líquido, no mesmo período.
O MPE recebeu a informação de um denunciante que Larissa atuava como coordenadora da Regulação Municipal e também na regulação da secretaria. Nesta última função, a profissional não teria exercido nenhum dos 14 plantões ao mês, pois atenderia em uma clínica particular no período vespertino. Ofício do MP diz que a Coordenadora de Relações Institucionais, Ana Paula Borges, assinaria as folhas de frequência e plantões falsos da Dra. Missirian.
MAIS DENÚNCIAS
Na mesma apuração inicial da Promotoria de Justiça, outro médico citado é Cyro Leonardo Albuquerque Mendes. Ele ocuparia cargo de chefia, sendo apenas médico contratado (sem vínculo efetivo). O profissional teria recebido por plantões não realizados em 2024, mas parou após o surgimento de denúncias no RH da Sesau.
Os problemas não param por aí. O Secretário-adjunto de Saúde, Aldecir Dutra de Araujo, possuiria diversas condenações do Tribunal de Contas de MS por irregularidades enquanto secretário de saúde em outros municípios. A denúncia também informa que a maioria dos médicos da SESAU não registra ponto eletrônico, descumprindo a Resolução SESAU nº 407/2018 e a Lei Complementar nº 190/2011.
O espaço está aberto para manifestação da Sesau e dos demais citados.