Revista MS

Governo venezuelano é acusado de matar opositor de Maduro no Chile

O governo da Venezuela é acusado de estar por trás do assassinato de Ronald Ojed, ex-militar e opositor de Nicolás Maduro morto no Chile em 2024.

Entenda o caso

Ronald Ojed era um ex-oficial do Exército da Venezuela e foi acusado de conspiração contra o regime de Nicolás Maduro.
O ex-tenente chegou a ser preso na Venezuela, mas conseguiu escapar da prisão e buscou asilo no Chile em 2023. 
Ele foi sequestrado em 21 de fevereiro de 2024, por homens vestidos com roupas da polícia chilena na capital do país, Santiago. Nove dias depois, o corpo do ex-militar foi encontrado em uma mala.
Em entrevista à rádio ADN, do Chile, o coordenador da Equipe de Combate ao Crime Organizado e Homicídios (ECOH) e promotor regional da Promotoria Metropolitana Sul, Héctor Barros, revelou que o assassinato de Ojed foi cometido pelo braço chileno do grupo criminoso Tren de Aragua, da Venezuela.

De acordo com Barros, o caso possuí todas as características de um crime político.

“Continuo a defender que o crime de Ronald Ojeda é um crime político”, declarou o coordenador da ECOH em entrevista à rádio chilena. “O perfil da vítima, um ex-tenente do exército venezuelano e ativista contra o governo venezuelano é claramente político. Não houve pedido de resgate, o que é típico de sequestros cometidos por grupos como o Tren de Aragua, que buscam obter dinheiro por meio de suas atividades criminosas”.

Sobre a possível participação do governo venezuelano no assassinato, o promotor revelou que as investigações seguem nesse sentido.

“O que podemos sustentar com base na investigação é que o governo venezuelano está por trás do crime de Ronald Ojeda”, disse o promotor.

Uma das hipóteses é de que a organização criminosa teria sido contratada diretamente por membros do regime Maduro para executar o ex-militar.

Na época do crime, o regime Maduro negou qualquer envolvimento no caso. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, chegou a acusar o governo do Chile de encobrir uma “operação de bandeira falsa” que visava atacar a revolução bolivariana.