Selic aumentou um ponto 1 ponto percentual e chegou a 13,25%, maior patamar desde agosto de 2023
O Banco Central publica nesta terça-feira (4) a ata da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a gestão de Gabriel Galípolo. O documento detalha os temas discutidos, a abordagem adotada e as perspectivas do comitê para os próximos meses.
A reunião ocorreu nos dias 28 e 29 de janeiro, quando o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano. Esse patamar é o mais alto desde agosto de 2023 e representa a quarta alta consecutiva desde setembro do ano passado. A decisão estava alinhada às expectativas do mercado financeiro, que já projetava esse aumento.
Em comunicado divulgado ao fim da reunião, o Copom explicou que a medida faz parte da estratégia para reduzir a inflação e aproximá-la da meta estabelecida para o terceiro trimestre de 2026, que é de 4%. Em 2024, a inflação oficial do país fechou em 4,83%.
“O cenário mais recente é marcado pela desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, destacou o Copom.
O comitê também indicou que pode realizar um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, o que elevaria a Selic para 14,25% ao ano.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, caso o cenário esperado se confirme, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, afirmou o Copom.
Ainda segundo o documento, o futuro da taxa de juros dependerá de fatores como a dinâmica da inflação, especialmente dos componentes mais sensíveis à atividade econômica, das projeções de inflação e das expectativas do mercado.
A nova taxa permanecerá em vigor pelo menos até 19 de março, quando os diretores do Banco Central se reunirão novamente para avaliar o cenário econômico e decidir sobre possíveis ajustes na Selic.
Primeira “superquarta” do ano
O anúncio ocorreu na primeira “superquarta” de 2025, data em que coincidem as reuniões de definição das taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil.
Nos EUA, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (o banco central norte-americano) manteve inalterada a taxa de juros do país, que continua na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.
No fim de 2024, diante da escalada do dólar e da inflação, o Banco Central brasileiro intensificou a elevação da Selic como forma de conter o consumo e reduzir a pressão sobre os preços.