Projeto de lei do vereador André Salineiro (PL), que proíbe uso de dinheiro público em shows e eventos de artistas que façam apologia às drogas e ao crime, chegou a Campo Grande. A polêmica começou em São Paulo e envolveu uma vereadora e um rapper, filho de criminoso.
Conforme a divulgação do vereador de Campo Grande, o projeto proíbe que a Prefeitura da Capital apoie ou divulgue shows, artistas e eventos abertos a crianças e adolescentes, que envolvam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas.
O projeto prevê multa e rompimento de contrato para artista que descumprir a regra em show com a entrada de adolescentes.
''Está prevista multa de 100% do valor pago pela apresentação caso o artista contratado descumpra a regra, ou seja, faça apresentação aberta ao público infantojuvenil e apologia ao crime e drogas'', diz o PL do parlamentar.
''Nossas crianças devem se desenvolver com dignidade, livre da influência do uso de drogas e do crime organizado, protegido de qualquer forma de exploração, violência ou abuso'', refletiu o parlamentar do PL.
Como exemplo, Salineiro lembrou de um show da funkeira Ludmilla, em 2022, em Campo Grande, ocasião que ela cantou a música ''Verdinha'', que faz clara alusão ao consumo de maconha. André lembrou que a prefeitura fez ampla divulgação do evento.
Ainda segundo o projeto, nas contratações de shows, artistas ou eventos de qualquer natureza feitas pela prefeitura que possam ser acessadas pelo público infantojuvenil, o contrato deverá ter uma cláusula de vedação a apologia ao crime e ao uso de drogas.
Polêmica
A vereadora de São Paulo, Amanda Vetorazzo, é quem primeiro apresentou projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo. Nas redes sociais, ela postou o nome do rapper Oruam, filho do traficante condenado e preso, Marcinho VP, e disse que a lei seria contra eventos como o do jovem.
Oruam foi às redes sociais e se manifestou fazendo críticas e ofensas à vereadora e incitou os seguidores a fazerem o mesmo. Porém, em meio a avalanche de críticas, internautas promoveram ameaças de morte e de estupro contra a jovem. Ela registrou boletim de ocorrência na polícia paulista.
Amanda manteve a posição de manter o projeto e convidou parlamentares de diversas cidades a apresentarem projeto semelhante. Na Câmara Federal, Kim Kataguiri acompanhou a ideia e agora Salineiro na Capital Morena.